sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ritmo circadiano!


A Wikipédia define ritmo circadiano assim:

"Ritmo circadiano, ou ciclo circadiano, designa o período de aproximadamente um dia (24 horas) sobre o qual se baseia todo o ciclo biológico do corpo humano e de qualquer outro ser vivo, influenciado pela luz solar.
O ritmo circadiano regula todos os
ritmos materiais bem como muitos dos ritmos psicológicos do corpo humano, com influência sobre, por exemplo, a digestão ou o estado de vigília, passando pelo crescimento e pela renovação das células, assim como a subida ou descida da temperatura.
O "relógio" que processa e monitoriza todos estes processos encontra-se localizado numa área
cerebral denominada núcleo supraquiasmático, localizado no hipotálamo na base do cérebro e acima das glândulas pituitárias.
Pesquisas recentes expandiram o sentido do termo, demonstrando que os ritmos circadianos estão também relacionados às marés, ao ciclo lunar e também à dinâmica climática da Terra através das correntes eólicas e marítimas, em especial se observado com relação aos animais migratórios. Dessa forma, a dinâmica circadiana não se reduz a uma questão fisiológica, mas também a uma conjuntura astronômica, geológica e ecológica."

E do livro "Apague a Luz", da Editora Campus... este excerto:

"(...)A maior mudança pela qual os seres humanos passaram, nos últimos 10 mil anos, aconteceu há menos de setenta anos. A electricidade e o uso indiscriminado da lâmpada eléctrica figuram, ao lado da descoberta do fogo, do advento da agricultura e da descoberta do tratamento com antibióticos, entre os marcos sem retorno na história da humanidade.
Em 1910, um adulto ainda dormia de nove a dez horas por noite. Hoje, esse adulto tem sorte se consegue dormir sete horas por noite. A maioria de nós não consegue. Esses números significam quinhentas horas a mais acordados por ano. Na natureza, dormiríamos 4.370 horas de um possível total de 8.760, ou metade de nossas vidas. Há oitenta anos, já tínhamos caído para 3.395 horas. Agora, temos sorte de atingir umas poucas 2.255 horas. Se a natureza conta o nosso tempo, e apostamos que sim, isso significa que só chegamos a viver a metade do que viveríamos. Talvez tenhamos dobrado esses números com cirurgias e antibióticos, mas imagine o quanto mais poderíamos viver se também dormíssemos...
Nos últimos trinta anos, desde 1970, encontramos novas paixões para acrescentar às antigas: fazer exercícios, ir ao médico, aguentar um tráfego cada vez mais ensandecedor, assistir a 150 canais e a filmes de verdade na TVcabo, além dos mais recentes bandidos: e-mail e eBay. Não admira que não sobra tempo para dormir ou cuidar das crianças.
A ciência do ritmo circadiano explica tudo. Todos os mistérios podem ser desvendados. Neste livro (Apague a Luz!), examinamos as evidências científicas através das lentes da biologia evolutiva e da biofísica. Os mapas moleculares nos mostram o caminho de casa e nos contam de novo o que sempre soubemos. O sono controla o apetite, e o apetite e o estresse controlam a reprodução. Dormir, comer e fazer amor controlam o envelhecimento.
Os hormônios melatonina e a prolactina são actores fundamentais em nossa conexão mente-corpo-planeta. Eles se comunicam com o sistema imunológico e com o sistema de metabolização de energia, em relação aos ciclos de luz-e-escuridão. A insulina e a prolactina orquestram a química cerebral que governa a serotonina e a dopamina no cérebro, para controlar nosso comportamento e estado de espírito. Serotonina e dopamina controlam o comportamento em relação à comida e ao sexo. Resultado: pouco sono faz você ficar gordo, faminto, impotente, hipertenso, canceroso, e com o coração doente.
A energia solar é a catalisadora de todo tipo de vida. A quantidade de luz que age sobre você informa os "controles" do seu "sistema" sobre a rotação e a órbita do planeta em que vivemos. Esse posicionamento global ajuda nossos sentidos a ficarem de olho no estoque de alimentos.
É essa comunicação cósmica que nos diz, desde o início dos tempos, quando comer, o que comer e quando reproduzir, para maximizar a comida disponível. Nós e todos os outros organismos neste planeta evoluímos com o giro do planeta - dentro e fora da luz do sol.
E ninguém menos do que o National Institutes of Health confirma que é um "dado" científico dizer que os ciclos de luz-e-escuridão:
ligam e desligam a produção de hormônas, activam o sistema imunológico, determinam a libertação diária, particularmente sazonais, dos neurotransmissores.
Acabamos de dizer que, anos e anos atrás, nós existíamos em sincronia com todos os ciclos biofísicos e ritmos da natureza. Hoje, não apenas controlamos o estoque de alimentos, mas também fazemos retroceder a noite e o tempo. Neste livro dizemos qual é o preço que estamos pagando por querer brincar de Deus.
Aqui está a conta: a infindável luz artificial com a qual convivemos é registrada, em nosso relógio interno, igual aos longos dias de verão, porque a noite nunca cai e o inverno nunca chega. Como mamíferos, somos teleguiados para armazenar gordura durante a exposição a dias longos e depois dormir - um pouquinho - ao menor sinal de fome.
Só que agora não dormimos e também não sentimos fome; pelo menos, não temos fome de carboidratos. É por isso que estamos gordos e ficamos cada vez mais gordos. Afinal, é sempre verão! Enquanto o fogo, com sua luz, estendeu nosso dia o suficiente para afectar o intelecto e a reprodução, a electricidade ilimitada pode simplesmente acabar com a gente.
Quando perguntamos ao Dr. Thomas Wehr, o chefe do departamento que estuda os ritmos sazonais e circadianos no NIH em Washington, se ele achava que a população tinha o direito de saber que com menos de nove horas e meia de sono por noite - ou seja, no escuro - as pessoas
a) nunca serão capazes de deixar de comer açúcar, fumar e beber álcool;

e b) com grande margem de certeza desenvolverão uma das seguintes condições: diabetes, doenças cardíacas, câncer, infertilidade, doença mental e/ou envelhecimento precoce, ele respondeu:"Bem, sim, ela tem o direito de saber. E deve ser informada; mas isso não vai mudar nada. Ninguém vai apagar mesmo as luzes..."Talvez não. Afinal, a luz é sedutora. Quanto mais tempo ficamos acordados, mais aprendemos. É por isso que os americanos são os melhores e os mais brilhantes - e também os mais doentes do mundo.(...)"
Quando não dormimos o suficiente, em sincronia com a exposição sazonal à luz, estamos alterando um equilíbrio da natureza que foi programado em nossa fisiologia ...

Num mundo cheio de estímulos em que se trabalha longas jornadas, onde temos supermercados e shoppings abertos até tarde, Internet com tudo o que se pode resolver on-line , onde existe luz artificial, néons e letreiros piscando a noite toda, onde a vida social começa tarde e se prolonga noite adentro, numa cidade em que é hábito se jantar tarde, com os encantos da televisão e da noite, que é quando muita gente encontra um momento mais tranquilo pra ler, estudar, cuidar da casa,colocar e-mails em dia, resolver coisas, fazer exercícios, fazer cursos....

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